Edifício Multiuso Grotinho
2008 – 2012
Paraisópolis, São Paulo
SP, Brasil
A Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, possui diversas áreas com problemas relacionados à estabilidade do solo, escoamento da água, trânsito de veículos e pedestres, entre outros que impactam a questão habitacional. Em particular, a área conhecida como “Grotinho” estava sujeita a deslizamentos, com risco de morte e perdas materiais para os moradores.
Prêmios
Prêmio W – Destaque na Categoria Espaços Públicos – 2014
Selecionado para 12ª Bienal de Veneza, 2010
Selecionado para 4ª Bienal de Roterdã, 2009
Ficha Técnica
Área Construída
1.000 m2
Status
Concluído
Realização
PMSP – Secretaria Municipal de Habitação
Os primeiros passos do projeto de urbanização de Grotinho envolveram a mitigação dos riscos de escorregamentos, a construção de infraestruturas e a criação de uma área de lazer. Uma segunda fase proposta envolve a construção de um edifício multifuncional que consolide a intervenção nesta parte da favela.
Esquema de Concepção
O princípio norteador deste projeto desafiador foi a recuperação de espaço para uso público. A localização do prédio na parte baixa da favela permite sua integração direta com os espaços livres, fortalecendo a ligação entre as novas instalações e o restante da favela.
Esquema do Edifício
A organização do edifício, em níveis distintos e em pedaços visuais distintos, remete para os desenhos e formas privilegiadas pelos edifícios existentes e para a forma como se enquadram no terreno.
O edifício pretende oferecer novas possibilidades de uso e apropriação do espaço, aproveitando a relação entre as funções públicas e privadas e permitindo a coexistência de áreas de habitação, comércio e serviços. Seu projeto trata o espaço livre como o elemento de ligação e suporte necessário para a realização de atividades coletivas.
Os espaços colectivos (comércio e serviços) estão dispostos ao longo dos vários níveis que constituem o rés-do-chão, sempre ligados ao exterior, e directamente ligados às áreas de lazer e recreação. Os espaços residenciais são planejados para os andares superiores e proporcionam uma transição gradual entre as esferas pública e privada.
O plano é priorizar as unidades residenciais para uso das famílias que já moram na favela e das que ali desenvolvem atividades de geração de renda. Este modelo visa a criação de um condomínio onde a manutenção e os cuidados são da responsabilidade dos próprios moradores, correspondendo à definição física de uso multifuncional.